Museu de Biodiversidade

A coleção de microalgas da Universidade Federal da Paraíba foi criada em 1983 pelo Prof. Dr. Roberto Sassi (Departamento de Sistemática e Ecologia – DSE/CCEN/UFPB) junto ao Laboratório de Fitoplâncton do Núcleo de Estudos e Pesquisas dos Recursos do Mar (NEPREMAR), órgão suplementar vinculado ao Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) criado em 1979 (Resolução 76/79, CONSEPE) e extinto em 2009 (Resolução 23/2009, Conselho Universitário). Atualmente faz parte da infraestrutura do Laboratório de Ambientes Recifais e Biotecnologia com Microalgas vinculado ao Departamento de Sistemática e Ecologia, do CCEN/UFPB.

A implantação da coleção contou com apoio financeiro inicial da FINEP/CIRM, durante o desenvolvimento de um projeto de pesquisa sobre no Estuário do Rio Paraíba (1983-1985), que objetivava a realização de estudos hidrológicos, microbiológicos, plâncton (fito e zooplâncton) e reprodução em laboratório de moluscos e crustáceos.

O propósito inicial da coleção foi subsidiar estudos sobre taxonomia e ecologia do fitoplâncton marinho e também visando o suprimento de alimento vivo para larvas de moluscos bivalves de interesse comercial, uma linha de investigação que estava emergindo no NEPREMAR naquela época.

Além das amostras coletadas no estuário do Rio Paraíba, o acervo inicial da coleção de microalgas contou com outras espécies isoladas da plataforma continental do estado da Paraíba, graças ao desenvolvimento do “Projeto macroalgas da Paraíba: cultivo e prospecção de bancos de algas agarófitas e agaroidófitas”, desenvolvido entre os anos de 1981 a 1983, sob a coordenação do Prof. Dr. Francisco de Assis Fernandes de Carvalho do DSE. Materiais oriundos de coleta de amostras marinhas realizadas durante o desenvolvimento de um terceiro projeto sobre fitoplâncton dos recifes costeiros do Seixas, João Pessoa – PB, defendido na sequência como tese de doutorado do Professor Roberto Sassi em 1987 no Instituto Oceanográfico da USP, também contribuíram para o acervo da coleção. Nessa mesma época, a execução da Operação Nordeste III do DHN (1986) do N. Oc. Almirante Saldanha, da Marinha do Brasil, trouxe novas amostras, agora de águas oceânicas do nordeste brasileiro. Todo esse esforço de coleta deu origem ao Banco de Microalgas da UFPB, especialmente com espécies marinhas, em sua maioria diatomáceas. Novas linhagens foram sendo incorporadas ao banco no decorrer do tempo, e com o desenvolvimento de novos projetos, e incorporação de novas linhagens oriundas de amostras coletadas em ambientes dulcícolas.

As microalgas depositadas na coleção do LARBIM/UFPB são mantidas vivas em câmara de cultura climatizada com sistema de iluminação e controle de temperatura, e em câmaras de germinação com iluminação, nos seguintes meios de cultura: Conway (WALNE, 1966), Zarrouk (ZARROUK, 1966), WC (GUILLARD; LORENZEN, 1972); BG11 (RIPPKA et al., 1979), e F2 (GUILLARD, 1975). Todos os isolados são codificados e mantidos em backups e em 3 gerações, com repicagens mensais. A codificação inclui a origem (marinha ou dulcícola), o número de registro da cepa em planilha Excel, e as letras iniciais do meio de cultura utilizado. A coleção também está organizada em formato digital (planilha Excel) sendo as informações atualizadas quanto aos locais de coleta e quantificações por região geográfica, bem como identificação taxonômica, além de dados de interesse biotecnológicos.

A maioria das cepas de microalgas contém registros fotográficos em aumento de 40 e 60x e, algumas em aumentos de até 40.000x, em microscópio eletrônico de varredura FEI Quanta 450, como base para estudos taxonômicos. Diversas cepas de cianobactérias foram caracterizadas genotípicamente mediante extração e amplificação do DNAr 16S por PCR (Polymerase Chain Reaction), e sequenciamento genético.