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Estudo de Mestrado em Zoologia Aponta Perda de Espécies em Comunidades de Mamíferos Não-Voadores na Caatinga até 2100 | CCEN UFPB
O Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), por meio do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PPGCB), divulga o estudo que revela que três em cada quatro comunidades de mamíferos não-voadores da Caatinga perderão espécies até o ano de 2100.
O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Ecologia Aplicada e Conservação (LEAC) e é fruto da dissertação de mestrado de Gibran Anderson Oliveira da Silva intitulada “Efeitos das Mudanças Climáticas sobre Padrões de Diversidade de Mamíferos não-voadores da Caatinga” sob orientação do professor Bráulio Almeida Santos e coorientação do professor Mário Moura do PPGCB, que destaca os impactos das mudanças climáticas e da exploração econômica predatória sobre a biodiversidade do bioma exclusivamente brasileiro.
A caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro que ocupa 70% do território do Nordeste, e por conta das mudanças climáticas e da exploração econômica predatória ao longo do tempo já perdeu 50% de sua cobertura natural devido ao desmatamento, urbanização e alterações climáticas. Utilizando modelos matemáticos para prever a distribuição futura das espécies, a pesquisa concluiu que o aumento da temperatura, a redução das chuvas e a degradação do habitat resultarão em extinções locais significativas de mamíferos não-voadores.
Essa perda de diversidade biológica provocará um empobrecimento funcional das comunidades, favorecendo espécies mais comuns e adaptadas às atividades humanas, enquanto espécies especializadas e sensíveis desaparecerão. Isso pode afetar os ciclos biogeoquímicos essenciais, como o ciclo da água, e comprometer a manutenção dos ambientes florestais.
A pesquisa ressalta a importância da conservação da Caatinga não apenas para a biodiversidade, mas também como um “laboratório vivo” para o desenvolvimento de tecnologias agrícolas adaptadas à seca, fundamentais diante das mudanças climáticas, e defende que é possível reverter ou minimizar esses impactos por meio de uma mudança profunda na relação entre sociedade e natureza. Para isso, destaca a necessidade de articulação entre poder público, setor privado, comunidades locais e ciência, com ênfase no fortalecimento de lideranças comunitárias e na gestão ambiental colaborativa, modelos que já apresentam bons resultados em outras regiões, como a Amazônia.
O artigo foi publicado na Biblitoeca Online WILEY, que reforça a urgência de ações integradas para preservar a Caatinga, protegendo sua biodiversidade e garantindo o bem-estar das populações. Recebeu os seguintes reconhecimentos: a inclusão na lista oficial do Prêmio de Pós-Graduação 2023 da FindPhD e o Prêmio Descabornário 2023 pelo Climate Reality Project Brasil, além de permissão de intercâmbio entre os pesquisadores.
Fonte: Portal da UFPB
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