Docente da UFPB participa de missão relativa à Educação de Jovens e Adultos em São Tomé e Príncipe

A convite da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e do governo brasileiro, a professora Daniele Dias, do Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba (CE-UFPB), participa desde setembro de uma Missão de Cooperação Internacional em São Tomé e Príncipe (STP). A ideia é promover uma cooperação para aprimorar a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no país insular africano, que também é lusófono. 

Da esquerda para a direita: a professora Leila Tavares, diretora do Instituto Guimarães Rosa da Embaixada do Brasil em São Tomé e Príncipe; a professora Daniele Dias, da UFPB e da Cátedra UNESCO de EJA; a professora Ednéia Gonçalves, da Organização da Sociedade Civil Ação Educativa; a ministra da Educação de São Tomé e Príncipe, professora Isabel Viegas de Abreu; e o professor Ibeyni Dias, diretor nacional de Educação de Jovens e Adultos.

Conforme a docente, a missão foi estabelecida após pedido da ministra da Educação, Cultura e Ciência de São Tomé e Príncipe, Isabel Viegas de Abreu. “Em agosto, durante reunião oficial com o Secretário-Executivo do MEC [Ministério da Educação], Leonardo Barchini, a santomense fez a solicitação referente à missão, após as equipes discutirem ações de fortalecimento das políticas educacionais daquele país, sobretudo voltadas à EJA”, conta Dias.

A professora do CE teve contato com a EJA desde o início de sua carreira como professora da Educação Básica, no final dos anos 90. Como docente na UFPB, continuou na área, atuando desde 2013 na Cátedra UNESCO de Educação de Jovens e Adultos, o que a levou a participar de missões anteriores em Guiné-Bissau, Cabo Verde e Guatemala, na formação de educadores da EJA. Atualmente, ela coordena regionalmente, na UFPB, o Pacto pela Superação do analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e Adultos - o Pacto EJA/UFPB.

Entre os objetivos da missão da qual Dias participa, junto com professora Ednéia Gonçalves, da ONG Ação Educativa, estão: colaborar na elaboração de uma proposta metodológica para a formação de educadores da EJA, contribuir para a capacitação de profissionais locais responsáveis pela aplicação dessa metodologia e apoiar a construção de diretrizes curriculares, metodologias e materiais pedagógicos adequados às especificidades da EJA no contexto santomense. Para isso, elas têm se encontrado com docentes, coordenadores e equipes do Ministério da Educação de STP.

Segundo Daniele Dias, a maior semelhança entre o Brasil e o país Africano em relação à EJA é o atendimento principal ser efetivado às pessoas trabalhadoras. “Porém, em STP, a EJA não é uma modalidade de ensino como no Brasil, assim são inexistentes diretrizes específicas para este público. É nisso com que podemos colaborar”, comenta. “Por outro lado, podemos aprender sobre as estratégias que STP adota para interiorização da EJA e para a alfabetização em língua diferente da língua materna, já que há um intenso processo de migração no país atualmente”, completa a docente. 

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Texto: Hugo Bispo
Foto: Arquivo Pessoal da docente
Ascom/UFPB